1 de janeiro de 2014

Papel, caneta, sonhos e 2014



Todo ano tenho rompantes de loucuras quando chega a tão sonhada virada de ano.  Perco o sono pensando no que fiz de bom no ano que se passou, nos sonhos que realizei, nos que adiei, nos novos que ganhei.

Lista é comigo mesmo. Nasci com a incurável doença de andar com papel e caneta na mão. Faço lista de supermercado, lista de dietas interessantes, lista de melhores filmes, lista de lugares a conhecer, lista de lugares que conheço, lista de livros a ler e também lista de livros que li, dentre muitas outras. Éh, eu sei, preciso me tratar!

Bom, mas não será nessa virada que farei diferente, até por que um tratamento psicológico de grande porte como esse levará anos, e as mudanças não aparecerão tão rapidamente assim. Me deixo então na licença poética para mais este devaneio e com papel e caneta na mão a lista do que fazer em 2014 começa a aparecer.

GENTEEE pela primeira vez, nas ultimas 10 listas de ano novo, não precisarei colocar o item que sempre esteve nos primeiros lugares!!! Casamento! Estou casadíssima e o marido vai bem, obrigada. Me restam ainda outros sonhos que se repetem, como conhecer as 7 maravilhas do mundo antigo, jogar tênis, conhecer a Austrália, tirar carteira de motorista, ou como diz a amiga do nobre sobrenome, tirar a carta!

Quantas coisas desejo para 2014? Se não controlar meus nervos frenéticos a lista pula facilmente de 10 para 150 itens. Formar na faculdade está na lista esse ano, uhuull estou chegando lá finalmente!

Queridas amigas, amigos, familiares e todos que acompanham este blog, que andou também por muito tempo em minhas listas de desejos e sonhos, gostaria de instigar vocês a colocarem no papel quais os sonhos para o próximo ano, infelizmente sei que muitos podem achar que isso é besteira, coisa de “atoas” como eu, porém já percebi que nas raras vezes que esqueci de colocar no papel aquilo que desejava, a correria ao longo do ano, os problemas, as dificuldades me fizeram não realizar nada além do óbvio. Eu não gosto do óbvio, não gosto do comum, do rotineiro e se sonho, quero que aconteça, se não sonho não tenho pelo que lutar, pelo que correr atrás, por que na era do consumo a única coisa que corremos atrás sem precisar de lista é do dinheiro, do conforto, do luxo, do que dá muitos “likes no facebook”.

Lembro com muita emoção de um dos sonhos que jamais achei que realizaria. Ouvir "Your Song" do Elton John no segundo andar do famoso ônibus vermelho passeando por Londres! Sonho, cada um com o seu!!!

Aprendi a diferenciar sonhos de necessidades. A grande diferença é que da necessidade agente corre atrás sem precisar de lista alguma, mas dos sonhos, se não listados eles não serão realizados por que uma necessidade sempre tomará lugar quando tiver que escolher entre ela e um sonho, então tomem cuidado para não viverem de necessidades. Eu decidi viver de sonhos e as necessidades vão se encaixando no caminho. Essa não precisa ser a sua escolha, mas é a minha!

Para 2014 desejo que o mundo se torne mais gentil, e que todos que amo aprendam o valor de um sonho para desfrutarem o sabor de uma conquista!  Desejo que tenhamos um ano que a somatória de sorrisos seja maior do que a de lágrimas e que a generosidade ultrapasse as barreiras do rancor e do ódio.

Vamos sonhar em 2014? Comece hoje!!!

Feliz ano novo, paz, amor, sonhos, alegrias e sorrisos para todos nós!

11 de setembro de 2013

Despedida de mim




Rostos passando, mãos inquietas a procura de qualquer coisa para se manterem ocupadas. Sapatos perambulando perdidos, com pressa injustificada. Barulhos distantes entrando pela minha cabeça como se a mesma estivesse oca. Emudecendo os ecos incompreensíveis que teimam em dançar livremente por meus tortuosos pensamentos continuo a caminhada cercada de lágrimas internas que luto bravamente para esconder.

Uma jornada sem passagem paga, do qual o passaporte foi roubado e não há meios de volta ao conforto do conhecido passado, mesmo que este não seja o mais colorido, porém os contornos tortos e cheio de sombras do futuro não permitem nenhum aconchego ou mesmo refúgio dos medos que essas linhas mal delimitadas representam.

Pessoas não falam sobre as dúvidas, apenas aparentam certezas determinantes e o sorriso no rosto causa uma falsa ideia de que medo e alegria não andam juntos. As pessoas andam com pressa e só deixam amostra o que é aparente. A cor da pele, as curvas do corpo, a cor dos olhos, porém esses olhos não são descobertos, não soletram sentimentos e menos ainda acalentam um solitário individuo em busca de socorro.

Vejo no espelho, rugas já nascidas com um rosto forte e doce ao mesmo tempo, mas vejo internamente uma menina acanhada, tímida que não se percebeu mulher apesar das inúmeras vezes em que teve que sê-la.

Em que momento me despedirei de mim? Qual a estação em que a menina desce para que a mulher entre? Talvez nunca saiba, talvez essa estação já tenha passado por mim, talvez ela esteja chegando e seu simples vislumbre maltrate tanto os sentimentos que vão internamente nessa capa que a vida me deu e que a cada dia se transforma em algo desconhecido a mim mesma. 

Alguns sinos vão tocar, uma porta vai se abrir e, eu ali, parada de branco, sinta que a viagem, por mim já conhecida, esteja simplesmente no seu momento final e neste dia deixarei de perambular o mundo com apenas dois pés, pois estes passarão a ser quatro e minha mão não balançará sozinha, mas terá outra sempre em sua companhia. 

Chegadas e partidas. Me preparo para a maior delas, a despedida de mim mesma.