22 de agosto de 2013

Balões



Era meu primeiro dia de trabalho, num emprego totalmente novo para mim, com linguajar próprio, conceitos e comportamentos muito distintos com os quais eu não estava nenhum pouco acostumada, era o segundo dia do mês de julho de 2007, e eu com a cara e a coragem batia meu cartão as 7 em ponto da manhã. Meu ambiente de trabalho não passava de um cubículo com um computador e um telefone maldito que conseguia conter sete ligações ao mesmo tempo e que logo no primeiro dia conseguira me angustiar o suficiente para querer sair correndo, mas um sorriso doce e gentil composto por lindos dentes brancos me disse bom dia. 

Fui ficando naquele lugar e me enturmando facilmente. O rapaz do agradável bom dia a cada dia era mais presente e mais solícito o que fez com que nos tornássemos amigos rapidamente. Café da manhã, almoço e a famosa cestinha com guloseimas sempre acompanhadas de boas conversas e risadas e o tempo passando rapidamente até que um dia ele já não trabalhava mais comigo e percebi que sua ausência incomodava bem mais do que jamais poderia imaginar. 

A areia correndo e as vidas seguindo rumos diferentes, pessoas novas, e novas rotinas, mas o contato sempre o mesmo. Ligações, emails, mensagens com agradável constância e uma amizade forte e saudável se mantinha apesar de não ser mais tocada diariamente como antes.

Outras pessoas fizeram parte de minha vida, mas aquele sorriso não saía de mim. Outros caminhos percorri e mesmo longe o guardava doce em todas as memórias até que o tempo, dançarino inconsequente, decidiu parar de brincar comigo e desvendar meus olhos para o amor que estivera a todo tempo do meu lado, segurando minha mão em momentos coloridos e também nos momentos nublados, para o amor que existia mas não havia sido notado e para o amor que, talvez por medo, se manteve distante e escondido. 

Um dia ganhei um bolo de cartas brancas bem colocadas em lindos envelopes brancos e com uma fita prendendo-as todas juntas como um presente. Abri com curiosidade e percebi que naquele bolo de cartas continham todos os emails que trocamos durante aqueles cinco anos de amizade, os quais ele guardava com muito carinho. Já havia me sentido especial na vida, mas esse gesto fez com que eu me sentisse única. Sou brega, romântica, cafona  e loucamente feliz.

Hoje caminho de mãos dadas com a esperança, carregando lindos balões cheios de alegria enquanto beijo um amor que é somente meu. 

21 de agosto de 2013

Bagagem


Poucas coisas continha minha pequena mala de fuga. Um vestido velho, chinelos de dedo, um retrato dos bons dias ali vividos, uma fita rosa que outrora enfeitara meu cabelo, um livro gasto e amassado de tão lido e uns cartões postais de lugares onde nunca estivera. Com cuidado, evitando o ranger da porta velha e emperrada do meu quarto, sai com passos bambos de destino incerto.

Deixei minha casa, minha proteção, minha segurança. Sinto que deixei também meu conforto, não que a vida que levava me trouxera qualquer situação de conforto material, mas deixei para trás o conforto da mesmice rotineira que me fizera ser invisível a mim mesma. Deixei meu passado e sai pelo mundo, com coração apertado de angústias por não mais saber todas as respostas e com desejo atormentador por descobrir novas perguntas. Perguntas que nem mesmo sabia existir e era atrás delas que saia naquela manhã nublada e fria. 

No início da caminhada via as mesmas ruas e os mesmos rostos. Uns vulgares, outros rachados pelo tempo, outros pintados, e mais outros refletindo a escassez e a miséria. Vi paredes de tintas gastas e sujas, postes com luzes fracas e poças de águas pelo chão. Não havia em mim certeza de nada, apenas desejo pelo desconhecido. 

Minha mala, mesmo com o tempo e a ação do cansaço devido as horas de caminhada começava a perder o peso alcançado, começava a me trazer mais alegria do que enfado ao perceber caminhos novos, sorrisos novos juntamente com novas arquiteturas o que me fazia ter ainda mais certeza de que era exatamente disso que meu coração precisava para bater novamente. Descobri novas cores e com elas novas combinações, percebi novos costumes e com eles o entendimento de cultura e suas diversidades, vislumbrei arco-íris no céu e borboletas nos jardins. 

Deixei meu casulo, me afastei de mim, busquei pelo que nem mesmo sabia existir e nesse processo encontrei um eu desconhecido, mas muito melhor do que todos os eus que já haviam se manifestado em mim ao longo dos anos aos quais vivi sem perceber que tinha o dom da vida, descobrindo assim que a melhor bagagem da vida é aquela que não cabe em uma mala. 

18 de agosto de 2013

Honestidade



Sempre fui assim, algo inexplicável. Uma coisa doce por fora cheirando a bala, mas com atitudes contraditórias e estranhas. Desde pequena sofro de desesperite crônica, padeço de angustíaco desengonço e tenho crises de sólida insegurança.  Não me encaixo em padrões e não pertenço a nenhuma categoria o que durante o momento atual da minha vida tem ficado cada vez mais aguçado, porém a capa mostra uma pessoa segura, decidida e corajosa. I wish.

Caminho labirintos solitários em minha mente desgovernada. Tenho medos e incertezas, mas na verdade, quem não tem? Pelo que vejo, dado ao sucesso que os livros de autoajuda tem no mercado hoje em dia, não estou sozinha nesse louco labirinto do medo. Medo de falar em público, medo da solidão ou do excesso de companhias, medo de não ser bem sucedido, ou mesmo medo do sucesso, medos que paralisam, medos que te jogam no abismo.

Penso que o não querer falhar, independente de qual área seja, que gera medos enormes nas pessoas, e hoje com o mundo pequeno e facilmente acessível causado pelas redes sociais e internet, o medo aumenta na mesma proporção que o acesso a informações aumenta diariamente. Tudo é postado, curtido e comentado no facebook. Sua vida é vigiada e acompanhada diariamente por pessoas que gostam e torcem por você, outras que te invejam, e outras que querem o seu mal.

Se falhei na vida? Várias vezes e pode acreditar, continuo tendo medos diários de não chegar onde quero, de não realizar meus sonhos, de não conquistar meus objetivos. Talvez não seja a pessoa mais indicada a escrever sobre medos, tenho tantos que não posso aconselhar ninguém, e nem mesmo dizer que os superei, mas posso me abrir e confessar que eles existem e talvez assim me sinta mais leve, mais humana, mais viva.
Vivendo como os alcóolicos anônimos.


Oi, meu nome é fulana e estou há um dia reconhecendo que não sou a mulher maravilha. 

12 de agosto de 2013

O que aprendi com o medo


Lembro dela passando com pressa, um rápido e  quase imperceptível bom dia, barulho de bolsa colocada num canto, computador ligando, papeis sendo empilhados enquanto eu ali do meu canto tudo escutava. Ver, não via, não era possível dado as paredes que nos separava, mas apesar dos gestos mecânicos, das poucas e rudes frases pude notar que existia uma possibilidade de amizade a caminho.

Ah, sou dessas! Adoro novos amigos, apesar de ter medo de pessoas desconhecidas, mas quando sinto alguma sintonia, me esforço para merecer a atenção de quem julgo valer a pena andar do meu lado.

Almoço. Lá ela se vai com mais pressa do quando chegou, coloca um prato enorme de comida que nem de longe imaginei ser possível uma pessoa tão magra comer tanto. Senta-se a mesa com outros colegas de trabalho e percebo a voz grossa com que ela faz todas as perguntas possíveis para todos que estavam à mesa. Perguntas, quantas perguntas uma pessoa é capaz de fazer? De fato não sei, mas posso afirmar que ela faz o dobro de perguntas que qualquer ser humano que eu já tenha conhecido faz.

Tão rápido quanto começou ela termina a refeição e vai descansar. Senta-se a frente da tv e assiste o pequeno pedaço de jornal que é permitido nos últimos minutos que sobraram do horário de almoço. Volta ao local de trabalho, minúscula sala que a cerca não só fisicamente como emocionalmente sem que ela tenha capacidade de perceber e dali só se levanta raramente.

Por mim, passa sempre com pressa, com pilhas de papeis que deixa pela minha mesa. Sem muita conversa, sem muitos sorrisos ou olhares. Eficiente, competente e estressada. Poderia ser mais feliz, lembro que foi um dos pensamentos que me ocorreu que com o tempo passou a ser: poderia ser menos estressada. Por que feliz? Ah, feliz ela era, longe daquele lugar, nas sextas-feiras, nas caminhadas na praia, nas festinhas com as amigas.

Sei anos se passaram e todo esse contexto me faz pensar sobre o comportamento humano. Por que tantas coisas que nos acorrentam? Por que tantos compromissos que nos deprimem? Por que uma fé tão pequena? Será que temos mesmo que nos colocar em situações como estas?

Vejo pessoas em relacionamentos pavorosos, empregos que matam a criatividade, famílias sem o menor respeito, amizades sem um pingo de companheirismo, dentre tantos outros exemplos que poderia passar horas citando. Por que? O medo. Medo de mudança faz com que aceitemos uma vida medíocre, pequena e sem luz.

Meu dia se deu rodeado de pensamentos sobre o medo. O medo é a corrente de uma vida frustrada, enquanto a coragem é a chave da liberdade. O que não é feito por medo, deve ser feito por coragem, pois uma coisa que aprendi com o medo foi justamente que, é aonde que o medo está, pode estar também os nossos maiores e mais louváveis sonhos. Medo do fracasso? É por que seu sonho é o sucesso, caso contrário você não teria medo de fracassar.

Muitas pessoas dizem que não sabem o que querem ser da vida e quais sonhos tem. Olhe então para aonde estão seus medos, muito provavelmente alguns dos sonhos mais velados e ao mesmo tempo mais importantes da sua vida  estão escondido atrás dessa pesada cortina chamada medo.

9 de agosto de 2013

Lá vou eu


Lá vou eu no meu desassossego matinal com a cabeça cheia de ideias mirabolantes feito Cascão e Cebolinha atrás do coelho da Mônica.
Lá vou eu pentelhar a minha irmã, que tem mania de dormir tarde, querendo que ela acorde as seis da manhã para conversar coisas bobas. 
Insucesso total. Quem tem mania de dormir tarde, resmunga, te bate, te enxota, mas acordar não acorda não.
Lá vou eu atrás de outra companhia. Jornal, um livro, um pardal que pousa na minha janela. 
Mais insucesso. Ninguém quer fazer companhia para uma lunática diúrna.
Lá vou eu, computador, facebook, WhatsApp, mensagem para o amor e ... nada again.
Lá vou eu, desistindo da busca por companhia matinal, colocar meu uniforme e rumar ao trabalho.
Lá vou eu, sentada no ponto esperando o ônibus que vem cheio de pessoas que se recusam a responder um mísero bom dia. 
Não me importo e lá vou eu, feliz.

Foto: Clarra Morrison - Barra Bonita, 2013.

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7 de agosto de 2013

8 pensamentos que surtam uma noiva



Todas as noivas são loucas por natureza. Ou vai dizer que não? Surtam por pouca coisa, choram no colo da cerimonialista, desistem várias vezes antes da tão sonhada data, tem crises profundas se o vestido que escolheram é bonito o bastante, se não vai ter nenhuma convidada sem noção de vestido branco, se vai faltar comida ou bebida, se os convites vão ficar prontos no prazo, se o padre/pastor vai falar uma palavra bonita, se os padrinhos vão ser pontuais dentre vários outros detalhes vitais a uma festa de casamento que se preze, porém, algumas outras preocupações também existem e não é tão fácil assim lidar com elas. 

1 - Como ser esposa, namorada, dona de casa e gostosa ao mesmo tempo? 
Quem tiver a resposta pode deixar logo abaixo nos comentários, se quiser também pode me mandar por email, que guardarei esse rico segredo à sete chaves.

2 - Calcinhas velhas - COMO NÃO TER? 
Como farei para ter uma vida feliz se não posso ter umas peças tão valiosas como essas em meu guarda-roupa? Gente calcinha velha é vida, é conforto, amor e paz. Entendam velha por já usada e não destruída a ponto de te fazer passar vergonha no ginecologista. Calcinha já utilizada há algum tempo é mais confortável, não aperta, não incomoda, não faz sofrer. A mesma coisa serve para os pijaminhas de algodão que mamãe sempre compra para gente no Natal. Como viverei sem eles? 

3 - Como ser charmosa tendo que dividir o teto todos os dias?
Só de pensar nisso sinto calafrios. Se quando viajo para lugares diferentes não consigo me sentir confortável para usar o banheiro, mesmo quando estou sozinha, imagina dividindo a casa com aquela pessoa que só te vê arrumada e cheirosa e que te considera a coisa mais imaculada do mundo? 

4 - Como receber os sogros na sua casa? 
Imagine que você tem uma sogra que tem um talento divino para culinária, como faço para receber essas pessoas na minha casa se não sei fazer nada além de macarrão e um arrozinho mequetrefe?

5 -  Como administrar o tempo?
Será que vou ter que fazer escova no cabelo, enquanto a roupa lava, o arroz cozinha, o celular toca, o vizinho grita por que foi gol e seu marido te chama para comemorar? 

6 - O que fazer para não me tornar aquela velha ranzinza depois de casada? 
Sinceramente vejo algumas pessoas casadas que chegam a dar medo. Parecem estarem dentro de um filme de terror, que a simples menção no nome do marido ou da esposa causa tremores intermináveis. Pessoas que depois de se casarem parece que morreram para o mundo. Acabou o sorriso, a vaidade, o corpo em forma, a espontaneidade. Quero ser daquelas pessoas que, mesmo depois de tempo de casadas, os olhos brilham ao falar do companheiro (a).

7 - Como tratar bem aquela pessoa que aparece de tênis no seu casamento? 
Não dá para entender por que uma pessoa beirando os trinta anos vai há um casamento usando calça jeans e tênis, não entendo homens que o fazem, ainda quando é uma mulher meu ímpeto interno é de arremessá-la pela janela. Nada contra o modelito, mas tênis é para ser usado na academia ou na corrida.

8 - Como cumprimentar tantos convidados em uma festa que dura 4 horas e tudo o que você quer fazer é atacar a mesa de doces e ninguém te deixa comer nem mesmo uma azeitona devido a tiração de fotos infinitas? 
Quero pegar o microfone, falar um oi coletivo e dizer: Sintam-se em casa e vamos curtir que hoje a festa é nossa.



6 de agosto de 2013

Como ser inesquecível?


Quantas pessoas não dariam um braço para serem inesquecíveis, para terem seu nome famoso através de gerações? Quantas pessoas são diariamente tidas como referência, como padrão a ser seguido, como exemplo? Passei horas refletindo em quais eram as pessoas que eu tinha como referência na minha vida e a razão disso, além de me perguntar o que elas tinham de especial que outras tantas pessoas não tinham. 

Existe um livro, um tanto quanto famoso, que você já deve ter ouvido falar que se chama Bíblia. Nesse livro existem várias histórias e vários personagens que fizeram coisas importantes para terem seus nomes marcados ali. Naqueles tempos as mulheres não eram contadas para saber a população da cidade e não tinham seus nomes mencionados, com exceção de poucas que, de alguma forma, marcaram pontos importantes ganhando o mérito de terem seus nomes mencionados nesse livro, um dos mais lidos do mundo. O que essas mulheres fizeram? 

Posso citar alguns dos exemplos mais marcantes, como Maria, que foi escolhida a dedo para ser nada mais nada menos do que a mãe do menino Jesus. O que fez com que ela e não outras tantas mulheres fosse escolhida? O exemplo de uma vida correta e amorosa. Posso falar também de Ester, que, particularmente nutre em mim profunda admiração. Ester foi responsável pela salvação do povo judeu durante o cativeiro, agiu com coragem e principalmente com fé além de não ter exitado em colocar a vida em risco por aquilo que acreditava. Preciso também citar Rute, que foi uma nora leal abrindo mão de seu povo, de suas origens por amor a sua sogra e principalmente por generosidade para que esta, viúva, não ficasse sozinha e desamparada, sendo assim um lindo exemplo de lealdade e amizade.

O que temos feito para sermos inesquecíveis? Infelizmente algumas pessoas apelam ao ridículo para entrarem no Guinness Book, outras usam vestido de carne em premiações, sem contar nos excessos de cirurgias plásticas e cuidado com a estética. 

Pense em três pessoas fundamentais na sua vida, e que,  se você estivesse escrevendo um livro você citaria esses nomes nos agradecimentos. O que essas pessoas tem de especial? Tenho certeza que não é um corpo malhado, nem uma boca com silicone para parecer a da Angelina. O que te faz inesquecível são atitudes e não a sua estética.  

O que você tem feito para ser uma mãe inesquecível, um filho que dá orgulho, um namorado perfeito, um marido exemplar, um profissional sem igual? Não seja inesquecível por futilidades, mas por ser uma pessoa especial, por ser o melhor amigo que alguém pode ter, por ser o mais aplicado em tudo o que se dispõe a fazer, por sorrir sempre, por ter palavras doces, por seus valores e princípios. Seja reconhecido pelo que está ai dentro, e não pelo que está do lado de fora por que competir com a estética é uma luta sem vencedores, mas competir com a personalidade é uma luta que todos podem ganhar.


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Aquela vez em Buenos Aires



Todo mundo sempre diz que a primeira vez a gente nunca esquece, verdade, não esquece mesmo. Minha primeira viagem para o exterior foi com minha amiga Júlia. Para começar, vamos pegar o nosso trajeto de ida para provar por A + B que viajar com amigos é algo único na vida. 



Comprei a passagem e mandei por e-mail para que Júlia pudesse comprar a dela também e lá estávamos nós com os preparativos para nossa viagem ao desconhecido mundo argentino. Nos despedimos do pai dela no aeroporto, cheio de recomendações de seguranças, cuidados e juízos e embarcamos. Juntas no avião, tirando várias fotos para marcar aquele memorável momento. Ao longo de conversas fomos checar os dados do nosso voo de São Paulo para Buenos Aires, fiquei um tanto quanto preocupada quando percebi que estaria sentada na cadeira 23E e que o assento dela era exatamente o mesmo, também 23E. Alguma coisa tinha que está errada. Logo percebemos que Júlia viu o meu voo e meu assento e comprou o mesmo assento, só que caso vocês não saibam, dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço, principalmente para uma capitalista empresa aérea. O voo de Júlia seria 2 horas após o meu. 

Cheguei em Buenos Aires por volta das 22 horas e tive que ficar esperando por ela até meia noite. Passado a longa espera, lá se iam duas meninas encantadas e saltitantes com os pezinhos em terras não brasileiras. A primeira dificuldade era entender o que os taxistas diziam, mas conseguimos entrar em um taxi e ir rumo ao hotel que ficava na famosa Rua Florida.

Conseguimos dormir já quase que duas horas da madrugada, e como todo farofeiro de plantão, as 6 da manhã já enfrentávamos o maluco e barulhento elevador rumo ao café da manhã. Uma hora depois, ainda sentadas esperando qualquer manifestação de alguém para preparar o café, pensamos em perguntar onde ele seria servido, uma vez que definitivamente não seria onde estávamos. No subsolo! Afff, fome e desejo desesperado por sair para conhecer aquela encantadora cidade, e nós ali perdendo tempo. Comemos coisas diferentes. A água tinha sabor e o pão me deu muita azia, mas a alegria não tinha fim. 

Logo na primeira esquina achamos uma loja que vendia 3 pares de sapatos por 90 pesos, totalmente de graça, mas o 39 aqui não me deu nenhuma opção de sapato. Ódio das argentinas que calçam 36. Andamos, rodamos, fomos no charmoso Caminito, tiramos incontáveis fotos e vimos casais dançando tango em restaurantes super charmosos. A noite fomos ao show do Hillsong, que era o motivo pelo qual havíamos nos desbravado por aquelas terras e no dia seguinte, o melhor passeio de todos, fomos de bicicleta andar pelo Puerto Madeiro, almoçamos no Friday’s, passamos em frente ao Palácio Rosado e de tarde fomos ao cemitério da Evita Peron e outros bairros muito agradáveis da cidade.



De noite o sucesso chegou em minha porta e eu abri, senhoras e senhores, pulem de um pé só! Tudo bem, não foi tanto sucesso a ponto de precisar pular de um pé só, mas fomos a um barzinho que tinha música, ou seja, karaokê dado ao talento ausente dos que se atreviam a cantoria, eu e Júlia fomos ao palco e cantamos uma música, que para nossa surpresa foi de fato aplaudida de pé, além disso conhecemos três rapazes muito legais de países da Europa. 

Na volta para casa, nós duas no aeroporto na fila de embarque quando, de repente, Júlia começa a gritar igual uma adolescente vendo o show da Sandy & Júnior, e eu sem entender nada apenas olhei para onde ela apontava e para quem ela gritava. Para minha surpresa, que também quis gritar, o JD um dos vocalistas do Hilssong vindo sorridente em nossa direção. Só deu tempo de tirarmos uma rápida foto e voltar para o embarque.



Outros detalhes da viagem que deixariam o texto muito longo foram cortados, mas o cheiro da cidade, o que senti ao pisar nela pela primeira vez, e a alegria de desbravar o desconhecido foi de fato marcante. E Júlia ganhou um apelido, nossa pimentinha passou a ser chamada de Recoleta. 

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5 de agosto de 2013

Um pensamento sobre o amor


Quando ele nasceu meu coração parou, senti a maior alegria da minha vida, um amor tão grande que não tinha palavras para descrever. Lembro dele pequenino e cabeludinho, mãozinhas minúsculas e olhos que mal se abriam. Lembro dos preparativos para sua chegada, dos cansativos dias de bordados e costuras, das horas e horas de conversas e das lindas paredes cor de azul de seu quarto decorado com barquinhos em homenagem ao avô marinheiro. Que deliciosa curiosidade, pois iria conhecer aquela pessoinha em miniatura que só via em preto e branco na tela de tv de uma ultra-sonografia.

Não tenho filho, ainda não realizei este sonho, mas meu primo chegou me mostrando que o amor de mãe pode ser sentido por quem decide ser. Sou mãe de coração de um menino lindo que já está com 11 anos, cheio de vida, notas ótimas na escola e enchendo a família de orgulho, mas a melhor parte de não ser mãe e justamente poder ensinar umas "coisinhas" para ele. 

Esse menino cresceu comigo, louca, apertando ele até faltar ar e quando ele sem forças pedia para eu "ablir" eu explicava que era amor e que ele tinha que me aceitar assim. Isso durou tempo suficiente para que ele, ao entrar na creche, acompanhado por mim todos os dias da primeira semana de adaptação, ao se apaixonar pela Amanda, uma linda menina de olhos verdes e cabelos cor de mel (não é bobo) a amassasse até que a coitada chorasse pedindo socorro para a professora. Minha tia, chamada na escola, teve que escutar várias reclamações quanto ao comportamento inapropriado de seu filho e ao saber que ele apertava a coleguinha e dizia que ela não precisava ter medo por que aquilo era amor, logo percebi que sobraria para mim. 

Tive que passar dias explicando que amor não aperta, amor faz carinho, cafuné no cabelinho, dá beijinho na bochecha, que amor cuida, trata com delicadeza, faz o bem protege dentre outras coisas fofas que só quem ama faz. Desde então ele sempre me dizia quando eu teimava em amassá-lo todo: "Lili, me potlege, cuida de mim com amor" 

Quem ama cuida, e não só cuida para que não perca, mas cuida por que se importa e quer a felicidade do outro na mesma intensidade que deseja a própria felicidade. Quando vejo alguém tendo dúvidas se é amado ou não, e digo que eu também passo por isso várias vezes, aconselho a pensar nas atitudes baseado no princípio de que o amor é benigno, é paciente, é justo e além de tantos outras características que poderia listar, o amor não é egoísta.


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Inspirações de artistas



Na vida de qualquer artista, seja do ramo das palavras, dos sons, das tintas ou das cores sempre há uma necessidade de inspiração. Alguns se inspiram no que veem, outros no que sentem, outros no que gostariam de sentir e eu sou profundamente inspirada no que ouço e vivo para escrever meus textos. 

Mas não é só de uma fonte de inspiração que vive um escritor. Leio muito e adoro fotografias. Quando nos disponibilizamos para viver um sonho é necessário muito mais do que apenas uma cama e um bom travesseiro. Sonhos de verdade são mais concretos que um emprego de carteira assinada ou as contas que chegam pelo correio. Sonho é vida, é paixão, é brilho nos olhos, é saber que mesmo não pagando as contas não valerá apena ficar rico se não for possível realizá-lo. Sonho é aquilo que você faz simplesmente por que gosta e sortudos são os que conseguem dinheiro com isso.

Passei a maior parte da minha vida debruçada em livros e hoje em dia isso me dá muito vocabulário para escrever bem, mas não é só técnica que faz de uma pessoa um bom escritor, da mesma forma que ser um bom escritor não te garante ser sucesso de vendas. Escrevo por que amo, por que gosto de contar histórias e ver a reação das pessoas e espero fazer isso por muitos e muitos anos ainda.

Quando vejo um blog legal, um site bacana ou uma página no facebook que gosto preciso curtir e acompanhar. Quando não acordo com um texto na ponta da língua para ser escrito utilizo desses recursos para que algo gostoso saia da minha lúdica cachola.


Estou acompanhando as fotos de Miss Morrison in the house e muitas me fazem até mesmo querer deixar a escrita e passar para os flashes, mas não tenho talento nessa arte, por isso deixo para essa grande artista Clara Morrison. Parabéns pelo trabalho Inspirador.

Foto: Barra Bonita, 2013 por Clara Morrison.

4 de agosto de 2013

Coisas que aprendi com um Picnic


Meu aniversário de 27 anos, ocorrido há menos de 24 horas, foi um picnic superdivertido que me fez muito feliz e grata a todos os amigos que estiveram presente. O evento contou com várias crianças e muitos que ainda gostariam de ser. Corda rodando pelo ar e pernas desengonçadas tentando acompanhar o ritmo, bambolês que não ficavam rodando nem por 5 segundos, que me fez ter certeza que tinham defeito, por que os da minha infância funcionavam muito bem. Mulheres loucas pulando no meio de elásticos espichados sem se lembrar a música completa do "salada, saladinha, bem temperadinha", petecas saltitantes entre uma mão e outra, ou melhor, entre uma mão e o chão. Bolhas de sabão dançando pelo ar e muitas guloseimas deliciosas marcaram o evento.

Das 13 às 18 horas várias pessoas se sentindo crianças correram, pularam, gritaram, conversaram, comeram e se divertiram ao ar livre em um famoso parque da cidade em que moro. Ao deitar, finalmente em minha confortável cama, fiquei repassando o dia na mente e agradeci aos céus por um dia tão especial. 

Mas, como nem tudo na vida são cores e bolhas de sabão, a primeira mensagem que recebo de manhã, de minha amiga Amanda, foi algo do tipo: " Amiga, estou morta, não tenho idade para essas coisas não", e antes que pudesse entender exatamente o que ela queria dizer, quando tentei levantar percebi que minhas pernas não me obedeciam, minhas costas queimavam, meus pés doloridos e minha canela destruída. 

Minha primeira lição, poucas horas após completar 27 anos é que apesar da minha pele de pêssego, meu corpo já não tem tanta resistência quanto antigamente. Sair pulando e correndo por ai deve ser evitado, com exceção de se ganhar na loteria, ai nesse caso você pode me chamar que pularei horas com você. Que corda, nesta idade, só serve para amarrar coisas e não para serem puladas. Elástico é item de necessidade no vestuário e não brinquedo e que bolhas de sabão são suficientes para deixar uma festa feliz, não requer esforço físico, não causa dores musculares, não te faz passar vergonha e além disso ficam lindas em fotos.

#ficaadicados27anos


3 de agosto de 2013

Aquele do aniversário



Uma semana sofrendo, se arrastando, perambulando perdida nos infortúnios da vida adulta sem nem mesmo saber a razão dessa insônia semanal, mas como todos sabem que quem procura acha, achei! Estava chegando o meu aniversário e eu achando que era a intrometida TPM. Sendo assim, tratei logo de resolver meus problemas relacionados ao envelhecimento e aproveitar um dia que é só meu. Só meu? I wish!, não sabe você leitor, que eu tenho uma irmã gêmea? Pois é tenho sim e a danada além de ter me espremido nove meses na barriga de minha mãe, ainda teima em querer comemorar o aniversário no mesmo dia.

A pilantrinha, supra citada, me faz companhia desde o primeiro segundo de vida, desde que ainda éramos duas coisinhas dentro da barriga da mamãe. Não posso reclamar, pois essa menina – Melina – foi a melhor companheira que alguém poderia desejar dentro de um outro corpo humano cercada de placenta e sem muita opção de lazer. Poxa mãe, nem um brinquedinho? Por isso que brincávamos com seus órgãos internos. Jogar futebol com sua bexiga era o que tinha de mais divertido naqueles dias, não reclame, não havia muitas opções!

Deixando o afeto de lado, vamos fazer uma listinha.

Tem coisas, BHUMMM, que só os 27 anos fazem por você:
1-  Há vida após os 25.
2- Os 30 estão cada vez mais perto.
3- Demora mas percebemos que aquele sonhado creme para pele acima dos 25 anos já pode ser usado (há algum tempinho).
4- As ruguinhas começam a aparecer. 
5-  Você descobre que a lei da gravidade não é um mito.
6- Você tem tantas contas para pagar que tenta chantagear a irmã para não ter que morrer em um presente caro.
7- A sensação de que alguns sonhos não podem mais ser realizados.
8- Seus alunos te olham com cara de velório quando você diz a idade.
9- Você preferiria deixar de fazer aniversário, afinal não são mais tão divertidos quanto quando você faz 18 anos e todos te dizem que além de ter uma vida pela frente você já pode ser preso. Com 27 ninguém te diz que você tem uma vida pela frente... Isso deprime, ok?!
10- E você entende que Cazuza era mesmo um sábio, pois o tempo, o tempo não para.


Então, de repente, o dia amanhece lindo e ensolarado e antes das 7 da manhã o telefone dá o primeiro sinal de vida, saio correndo com o coração na mão de alegria para ver de quem seria o primeiro parabéns do dia e então leio: Participe da promoção da VIVO e concorra... PROMOÇÃO DA VIVO????

2 de agosto de 2013

Sexta-feira


Quando ainda menina li pela primeira vez Pollyanna, de Eleanor H. Poter, e aprendi uma linda lição sobre gratidão. Sobre os dias da semana, a mais odiada segunda-feira, Pollyanna simplesmente explica que adora as segundas-feiras por que levará uma semana para que ela aconteça novamente. Espertinha essa menina, não?!

Antes de acordar desejando o mal a humanidade por ser uma segunda-feira, lembre-se que ela vai acabar antes mesmo do seu mau humor, então esqueça os palavrões, os socos na porta do guarda-roupa, os esbravejamentos no trânsito, a cara feia do chefe e simplesmente comece um dia diferente. Com uma nova postura na segunda-feira você verá uma semana totalmente diferente dos cansativos e enfadonhos dias que virão até que a amada, sonhada, idolatrada SEXTA-FEIRA bata a sua porta.

Sexta-feira, o dia mais esperado da semana, chegou! Sorria mais, beije mais, abrace mais, se goste mais, se doe mais, viva mais! Por que a vida não te espera, portanto, aproveite-a o máximo possível!!!

1 de agosto de 2013

Margherita


No Natal passado descobri algo sobre minha personalidade, que sabia que existia, mas morreria sem saber que era tão gritante e, menos ainda, que todos percebiam. Ontem fiz novamente e percebi risos a minha volta.

Voltemos ao Natal de 2012. A família do meu noivo e eu fomos passar o Natal em Brasília. Adorei a cidade e toda a organização da mesma, apesar de perceber que o fator crucial à vida em Brasília é o carro. Você não precisa nem de água nem de oxigênio, mas de carro, ahhh sem ele você não consegue nada por lá não.

Durante a ceia de Natal houve um amigo "ladrão", aquele que a próxima pessoa pode pegar o seu presente e você tem que aceitar o que ela te oferece, que é pior do que o seu, óbvio, caso contrário essa pessoa não roubaria o seu presente. Pois bem, esclarecido os fatos, lá estava eu e meu Natal feliz com meu noivo, sogra e sogro que amo de paixão, cunhadinha e várias outras pessoas que acabara de conhecer, até então achando que eu devia ser um doce de menina - ainda bem que a primeira impressão é a que fica - até que, eu que não iria participar de brincadeira nenhuma, recebi um presente que rapidamente abri sem muita esperança de ser algo especial, porém – cantos gregorianos ao fundo – era uma caneca linda, com pinturas de pontos turísticos franceses e que já vinha com tampinha e com metal que se coloca o saquinho de chá. Deu-se então o meu fim!!!

Tão feliz com algo simples mas que era a minha cara, sai de perto das pessoas e fui ficar escondida sentada atrás do meu sogro e o mais longe possível da vista de qualquer ladrãozinho de plantão. Pasmem, ainda não acredito que fiz isso, mas fiz! Para meu infortúnio, uma pessoa viu minha amada caneca e disse que a roubaria de mim, e foi nesse momento que veio à tona o que sempre achei que conseguia esconder bem: minha cara de desgosto que foi tão grande que fez com que a moça mudasse de ideia e preferisse um "baralho". Minha sogra, meu noivo e minha cunhada estavam me consolando quando ela aceitou não trocar o presente. Nesse momento confesso que me senti um tanto quanto ridícula, mas a lambança já estava feita.

Imagino que não serei convidada para o próximo Natal em Brasília.

Voltando para os dias atuais. Ontem, na comemoração de aniversário de um membro importante da família, fomos a uma Pizzaria. Eu, sentada ao lado de minha amiga Carol - aquela do nobre sobrenome - aguardava a chegada da sonhada pizza. Via, incomodada, várias pizzas rodando o salão, mas a única que chegava a minha mesa era a de 4 queijos e eu dizendo que queria Margherita e Carol também. Assim que surgiu uma moça anunciando a pizza do meu sabor favorito meus olhos pularam de alegria, porém ao olhar para a mão da garçonete percebi que só havia um pedaço. Diz a etiqueta que você deve oferecê-lo, ok! Engoli em seco e disse com dificuldades - Você quer Carol?

Só consegui perceber meu noivo e minha sogra rindo largamente e o nobre sobrenome (não é à toa que é nobre) dizendo com toda a classe - Pode ficar, eu aguardo a próxima!

Sinto que meu noivado corre sérios riscos. Quem manda, sua tonta, não saber fingir as coisas, ou mesmo contar uma mentirinha de vez em quando do tipo - Pode ficar, está tudo bem!