Era meu primeiro dia de trabalho, num emprego totalmente novo para mim, com linguajar próprio, conceitos e comportamentos muito distintos com os quais eu não estava nenhum pouco acostumada, era o segundo dia do mês de julho de 2007, e eu com a cara e a coragem batia meu cartão as 7 em ponto da manhã. Meu ambiente de trabalho não passava de um cubículo com um computador e um telefone maldito que conseguia conter sete ligações ao mesmo tempo e que logo no primeiro dia conseguira me angustiar o suficiente para querer sair correndo, mas um sorriso doce e gentil composto por lindos dentes brancos me disse bom dia.
Fui ficando naquele lugar e me enturmando facilmente. O rapaz do agradável bom dia a cada dia era mais presente e mais solícito o que fez com que nos tornássemos amigos rapidamente. Café da manhã, almoço e a famosa cestinha com guloseimas sempre acompanhadas de boas conversas e risadas e o tempo passando rapidamente até que um dia ele já não trabalhava mais comigo e percebi que sua ausência incomodava bem mais do que jamais poderia imaginar.
A areia correndo e as vidas seguindo rumos diferentes, pessoas novas, e novas rotinas, mas o contato sempre o mesmo. Ligações, emails, mensagens com agradável constância e uma amizade forte e saudável se mantinha apesar de não ser mais tocada diariamente como antes.
Outras pessoas fizeram parte de minha vida, mas aquele sorriso não saía de mim. Outros caminhos percorri e mesmo longe o guardava doce em todas as memórias até que o tempo, dançarino inconsequente, decidiu parar de brincar comigo e desvendar meus olhos para o amor que estivera a todo tempo do meu lado, segurando minha mão em momentos coloridos e também nos momentos nublados, para o amor que existia mas não havia sido notado e para o amor que, talvez por medo, se manteve distante e escondido.
Um dia ganhei um bolo de cartas brancas bem colocadas em lindos envelopes brancos e com uma fita prendendo-as todas juntas como um presente. Abri com curiosidade e percebi que naquele bolo de cartas continham todos os emails que trocamos durante aqueles cinco anos de amizade, os quais ele guardava com muito carinho. Já havia me sentido especial na vida, mas esse gesto fez com que eu me sentisse única. Sou brega, romântica, cafona e loucamente feliz.
Hoje caminho de mãos dadas com a esperança, carregando lindos balões cheios de alegria enquanto beijo um amor que é somente meu.