Quando ele nasceu meu coração parou, senti a maior
alegria da minha vida, um amor tão grande que não tinha palavras para
descrever. Lembro dele pequenino e cabeludinho, mãozinhas minúsculas e olhos
que mal se abriam. Lembro dos preparativos para sua chegada, dos cansativos
dias de bordados e costuras, das horas e horas de conversas e das lindas
paredes cor de azul de seu quarto decorado com barquinhos em homenagem ao avô
marinheiro. Que deliciosa curiosidade, pois iria conhecer aquela pessoinha em
miniatura que só via em preto e branco na tela de tv de uma ultra-sonografia.
Não tenho filho, ainda não realizei este sonho, mas
meu primo chegou me mostrando que o amor de mãe pode ser sentido por quem
decide ser. Sou mãe de coração de um menino lindo que já está com 11 anos, cheio de vida, notas ótimas na escola e enchendo a família de orgulho, mas a
melhor parte de não ser mãe e justamente poder ensinar umas
"coisinhas" para ele.
Esse menino cresceu comigo, louca, apertando ele
até faltar ar e quando ele sem forças pedia para eu "ablir" eu
explicava que era amor e que ele tinha que me aceitar assim. Isso durou tempo
suficiente para que ele, ao entrar na creche, acompanhado por mim todos os dias
da primeira semana de adaptação, ao se apaixonar pela Amanda, uma linda menina
de olhos verdes e cabelos cor de mel (não é bobo) a amassasse até que a coitada
chorasse pedindo socorro para a professora. Minha tia, chamada na escola, teve
que escutar várias reclamações quanto ao comportamento inapropriado de seu
filho e ao saber que ele apertava a coleguinha e dizia que ela não precisava
ter medo por que aquilo era amor, logo percebi que sobraria para mim.
Tive que passar dias explicando que amor não
aperta, amor faz carinho, cafuné no cabelinho, dá beijinho na bochecha, que
amor cuida, trata com delicadeza, faz o bem protege dentre outras coisas fofas
que só quem ama faz. Desde então ele sempre me dizia quando eu teimava em
amassá-lo todo: "Lili, me potlege, cuida de mim com amor"
Quem ama cuida, e não só cuida para que não perca,
mas cuida por que se importa e quer a felicidade do outro na mesma intensidade
que deseja a própria felicidade. Quando vejo alguém tendo dúvidas se é amado ou
não, e digo que eu também passo por isso várias vezes, aconselho a pensar nas atitudes
baseado no princípio de que o amor é benigno, é paciente, é justo e além de
tantos outras características que poderia listar, o amor não é egoísta.
Lindoooooooooooo
ResponderExcluirObrigada! É um prazer contar histórias e receber um feedback desses! Continue acompanhando o Entre chás e costuras!
ExcluirAbraços,