5 de agosto de 2013

Um pensamento sobre o amor


Quando ele nasceu meu coração parou, senti a maior alegria da minha vida, um amor tão grande que não tinha palavras para descrever. Lembro dele pequenino e cabeludinho, mãozinhas minúsculas e olhos que mal se abriam. Lembro dos preparativos para sua chegada, dos cansativos dias de bordados e costuras, das horas e horas de conversas e das lindas paredes cor de azul de seu quarto decorado com barquinhos em homenagem ao avô marinheiro. Que deliciosa curiosidade, pois iria conhecer aquela pessoinha em miniatura que só via em preto e branco na tela de tv de uma ultra-sonografia.

Não tenho filho, ainda não realizei este sonho, mas meu primo chegou me mostrando que o amor de mãe pode ser sentido por quem decide ser. Sou mãe de coração de um menino lindo que já está com 11 anos, cheio de vida, notas ótimas na escola e enchendo a família de orgulho, mas a melhor parte de não ser mãe e justamente poder ensinar umas "coisinhas" para ele. 

Esse menino cresceu comigo, louca, apertando ele até faltar ar e quando ele sem forças pedia para eu "ablir" eu explicava que era amor e que ele tinha que me aceitar assim. Isso durou tempo suficiente para que ele, ao entrar na creche, acompanhado por mim todos os dias da primeira semana de adaptação, ao se apaixonar pela Amanda, uma linda menina de olhos verdes e cabelos cor de mel (não é bobo) a amassasse até que a coitada chorasse pedindo socorro para a professora. Minha tia, chamada na escola, teve que escutar várias reclamações quanto ao comportamento inapropriado de seu filho e ao saber que ele apertava a coleguinha e dizia que ela não precisava ter medo por que aquilo era amor, logo percebi que sobraria para mim. 

Tive que passar dias explicando que amor não aperta, amor faz carinho, cafuné no cabelinho, dá beijinho na bochecha, que amor cuida, trata com delicadeza, faz o bem protege dentre outras coisas fofas que só quem ama faz. Desde então ele sempre me dizia quando eu teimava em amassá-lo todo: "Lili, me potlege, cuida de mim com amor" 

Quem ama cuida, e não só cuida para que não perca, mas cuida por que se importa e quer a felicidade do outro na mesma intensidade que deseja a própria felicidade. Quando vejo alguém tendo dúvidas se é amado ou não, e digo que eu também passo por isso várias vezes, aconselho a pensar nas atitudes baseado no princípio de que o amor é benigno, é paciente, é justo e além de tantos outras características que poderia listar, o amor não é egoísta.


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2 comentários:

  1. Respostas
    1. Obrigada! É um prazer contar histórias e receber um feedback desses! Continue acompanhando o Entre chás e costuras!

      Abraços,

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