1 de agosto de 2013

Margherita


No Natal passado descobri algo sobre minha personalidade, que sabia que existia, mas morreria sem saber que era tão gritante e, menos ainda, que todos percebiam. Ontem fiz novamente e percebi risos a minha volta.

Voltemos ao Natal de 2012. A família do meu noivo e eu fomos passar o Natal em Brasília. Adorei a cidade e toda a organização da mesma, apesar de perceber que o fator crucial à vida em Brasília é o carro. Você não precisa nem de água nem de oxigênio, mas de carro, ahhh sem ele você não consegue nada por lá não.

Durante a ceia de Natal houve um amigo "ladrão", aquele que a próxima pessoa pode pegar o seu presente e você tem que aceitar o que ela te oferece, que é pior do que o seu, óbvio, caso contrário essa pessoa não roubaria o seu presente. Pois bem, esclarecido os fatos, lá estava eu e meu Natal feliz com meu noivo, sogra e sogro que amo de paixão, cunhadinha e várias outras pessoas que acabara de conhecer, até então achando que eu devia ser um doce de menina - ainda bem que a primeira impressão é a que fica - até que, eu que não iria participar de brincadeira nenhuma, recebi um presente que rapidamente abri sem muita esperança de ser algo especial, porém – cantos gregorianos ao fundo – era uma caneca linda, com pinturas de pontos turísticos franceses e que já vinha com tampinha e com metal que se coloca o saquinho de chá. Deu-se então o meu fim!!!

Tão feliz com algo simples mas que era a minha cara, sai de perto das pessoas e fui ficar escondida sentada atrás do meu sogro e o mais longe possível da vista de qualquer ladrãozinho de plantão. Pasmem, ainda não acredito que fiz isso, mas fiz! Para meu infortúnio, uma pessoa viu minha amada caneca e disse que a roubaria de mim, e foi nesse momento que veio à tona o que sempre achei que conseguia esconder bem: minha cara de desgosto que foi tão grande que fez com que a moça mudasse de ideia e preferisse um "baralho". Minha sogra, meu noivo e minha cunhada estavam me consolando quando ela aceitou não trocar o presente. Nesse momento confesso que me senti um tanto quanto ridícula, mas a lambança já estava feita.

Imagino que não serei convidada para o próximo Natal em Brasília.

Voltando para os dias atuais. Ontem, na comemoração de aniversário de um membro importante da família, fomos a uma Pizzaria. Eu, sentada ao lado de minha amiga Carol - aquela do nobre sobrenome - aguardava a chegada da sonhada pizza. Via, incomodada, várias pizzas rodando o salão, mas a única que chegava a minha mesa era a de 4 queijos e eu dizendo que queria Margherita e Carol também. Assim que surgiu uma moça anunciando a pizza do meu sabor favorito meus olhos pularam de alegria, porém ao olhar para a mão da garçonete percebi que só havia um pedaço. Diz a etiqueta que você deve oferecê-lo, ok! Engoli em seco e disse com dificuldades - Você quer Carol?

Só consegui perceber meu noivo e minha sogra rindo largamente e o nobre sobrenome (não é à toa que é nobre) dizendo com toda a classe - Pode ficar, eu aguardo a próxima!

Sinto que meu noivado corre sérios riscos. Quem manda, sua tonta, não saber fingir as coisas, ou mesmo contar uma mentirinha de vez em quando do tipo - Pode ficar, está tudo bem!


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