8 de setembro de 2013

A francesa em: Fulano



No Brasil há pouco mais de 7 meses, essa francesa vive aprontando. Várias pérolas já foram anotadas, mas hoje estou aqui para compartilhar uma que achei especialmente engraçada. 

Desde que chegou em território latino, ela percebeu que todas as pessoas sempre conhecem um fulano e após começar a trabalhar isso ficou ainda mais latente. Em todas as reuniões de professores, sempre alguém comentando que fulano não faz o dever de casa, que fulano não tem frequentado as aulas, que a mãe de fulano não participa da vida escolar do filho, que outro fulano não para de conversar em sala de aula.

Como assim que todos conhecem e tem um aluno chamado fulano, e só ela que não? O incômodo crescia, mas ela não tinha coragem de fazer a pergunta que há muito permanecia percorrendo sua mente. Medo de passar vergonha, insegurança com o idioma talvez, fato que a oportunidade nunca vinha para que essa curiosidade fosse sanada.

Finalmente, um dia, conversando com seu marido em casa, este também professor, ao reclamar de um aluno, soltou o "nome" que há tanto batucava na cabeça da francesinha que não perdeu tempo e perguntou quase que aos gritos: " Amor, por que todos no Brasil conhecem um fulano e só eu que ainda não conheci um se esse é o nome mais comum por aqui?"

O marido da referida, após uma boa porção de gargalhadas, explicou a ela que fulano é um nome para se falar de alguém do qual não sabemos o nome ou então não queremos dizê-lo por algum motivo específico. A história foi tomando rumos cada vez maiores, pois a francesa, ao comentar com a moça do nobre sobrenome, sempre citada em minhas histórias, provocou nesta uma crise de riso incontrolável. 

A bela francesa ainda está aprendendo que além de fulano, existe o beutrano e o cicrâno. Ficamos no fundo aliviados com a pergunta da moça, pois imaginem vocês se ao voltar para a Europa a francesa desse ao filho esse "nome" querendo homenagear o país que a recebeu tão bem.

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