Este é o livro que mais marcou minha vida. Stephanie Whitson, talvez pela sua formação religiosa e também pelo fato de ser descendente dos índios americanos, consegue retratar o contexto histórico dos Estados Unidos entre os constantes confrontos entre brancos e índios na luta por territórios.
Uma não tão jovem ruiva, de traços não muito favorecidos se vê no limite da idade para conseguir um casamento, o que já não lhe dá muito direito a escolhas e se casa com Homer King, conhecido por ser rude e teimoso, tornando o casamento apenas uma instituição de regras e compromissos. Apesar da constante tristeza, Jesse King realiza-se com a chegada de seu primeiro filho, Jacob, que encheu seu pobre coração de alegria.
Homer decide deixar Illinois, junto com demais moradores rumo a tão sonhada Oregon, em busca de melhores condições de vida e nada mudaria sua decisão e por mais que Jesse tentasse, pois ele não era um homem dado a conversas. Durante a viagem um acidente tira de Jesse sua única alegria, o doce Jacob ao cair do carroção é atropelado não dando tempo de salvá-lo. Com terrível sofrimento Jesse pede que os demais continuem a viagem em seus carroções e a deixe ali com o marido para sentir sozinha a dor, porém enquanto ainda estavam sozinhos enterrando o bebe, uma manada de búfalos numa correria desenfreada passa por cima deles e do caminhão deixando apenas destroços.
Através destes acontecimentos a história de Jesse mudaria totalmente. Um grupo de índios Lakotas encontram o carroção e os corpos de Jesse e Home King, porém Jesse estava apenas desacordada o que fez com que Cavalga o Vento a colocasse sobre seu cavalo, assim como outros pertences, que julgaram os índios serem valiosos, e foram para a aldeia.
Este romante entre uma americana branca e um forte guerreiro Sioux Lakota é narrado com detalhes que nos transportam junto com eles nas dificuldades dos idiomas, da cultura e principalmente do amor. Não seria fácil para eles se comunicarem, porém, Jesse que ainda estava em período de amamentação pode ser a mãe de leite para o filho de Cavalga o Vento e aos poucos ir conquistando o coração desse destemido guerreiro, porém era vista com maus olhos pelas índias da tribo que a consideravam uma tola por não entender das comidas, da confecção das roupas e barracas e nem mesmo saber colher raízes no campo.
Todos na aldeia tinham nomes referentes a traços físicos ou conquistas em guerras. De forma que Cavalga o Vento se chamada assim devido a sua extrema habilidade com os animais. Jesse ao salvar uma criança do fogo que queimava a colina nos dias quentes de verão, teve seu corpo parcialmente queimado além de ficar praticamente sem cabelo. A partir desse ato heroico Jesse ganha não só o nome de Caminhando nas Chamas, mas também o coração de seu amado índio Lakota.
As diferentes culturas foram sendo transferidas no dia-a-dia e tanto Jesse aprendeu a se comunicar com Cavalga o Vento quanto ele aprendeu a falar Inglês e também como ensinar os sinais do amor que os diferentes costumes ditavam.
A história continua cheia de surpresas e reviravoltas. Com delicadeza Stephanie trabalha assuntos como preconceito, incertezas, medos e o grande foco do livro, a fé.
Não é possível classificá-lo como um romance Bíblico, porém as lições de fé, de amor e de esperanças transformaram minha juventude e a mim também. Este é um livro que consegue transmitir valiosos ensinamentos a todas as idades. Recomendo à meninas, moças e mulheres.
Um livro que me faz companhia há 14 anos, o qual não consigo saber quantas vezes foi lido.
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