22 de julho de 2013

Transformando cortinas em roupas


Uma família do interior de Minas Gerais, muitas mulheres, muitos filhos e costumes que hoje são tidos como incomuns. Cresci cercada dessas mulheres de hábitos simples e corações puros que cultivaram em mim sorrisos doces.
Mulheres que não trabalhavam devido a necessidade da criação dos filhos e do cuidado do lar, costume comum nas cidades do interior e, mesmo quando já morávamos em Vitória, muitos desses hábitos permaneceram. Tive uma infância marcada por problemas financeiros e, por incrível que pareça, sinto muita falta desses dias onde a sonoridade de máquinas de custura, o cheiro de cafés e chás e as longas conversas marcaram profundamente meus dias mais felizes.
Poucos ainda devem se lembrar do famoso filme "O vento levou", porém quando o assisti pela primeira vez me senti única e feliz por ter na minha vida a criatividade de fazer de cortinas velhas lindas roupas, e as longas conversas sobre livros e mais livros tornavam as tardes meu momento preferido do dia, afinal nem todas sabiam dominar a arte da máquina de costura. A infância tem características lindas e talvez por isso até mesmo Jesus disse que o reino dos céus são desses baixinhos. 
A absurda ausência do cifrão nunca tirou minha felicidade na infância, porém quando crescemos precisamos perder essa ingenuidade e a vida nos mostra que linhas e chás não são capazes de deixar as contas em dia, porém ainda assim sinto que "Entre chás e costuras" a vida permanece doce.

2 comentários:

  1. Filme marcante, quando vi pela primeira vez tinha uns 10 anos. Lembro de ter pensado: "Fina essa mulher...pobre, mas RIKA de espírito e CRIATIVA!".

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    1. A criatividade muda a vida de qualquer pessoa. "Fazer do limão uma limonada" é a receita do sucesso hoje em dia.

      Forte abraço,

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